Projeto Shounen bushi Ceu Paulistano uma filosofia de vida formando crianças carentes em cidadão
sábado, 23 de julho de 2011
Treino Morganti de Contato
Nós do Shounen Bushi também estamos treinando Morganti de Contato.
Somos juvenil mas estamos nos preparando, para quando tiver um campeonato com a nossa categoria.
quarta-feira, 20 de julho de 2011
ENTREVISTA COM O SHIDOSHI NA REVISTA TATAME
Em contato com a arte marcial desde pequeno, Ricardo Morganti é o responsável pela disseminação do Morganti Ju-Jitsu, que hoje já se dividiu no Morganti de Contato, que visa os eventos e campeonatos, e o MJJ Esportivo, mais voltado ao público que gosta de praticar o esporte, mas sem competir. Em entrevista exclusiva à TATAME, Ricardo Morganti conta como foi essa transição para os dois estilos criados dentro da modalidade, assim como o crescimento do Morganti de Contato, a primeira edição do GP Morganti de Contato, e a segunda, que trará, pela primeira vez no Brasil, uma luta de MMA entre portadores de deficiência, entre outros assuntos. Confira abaixo:
Como estão os treinos na academia?
Estão ótimos, graças a Deus. Com esta nova perspectiva do Morganti de Contato estamos a mil.
Como você encara esse crescimento do Morganti Ju-Jitsu pelo Brasil? A que você atribui isso?
Eu acho que conseguimos o meio termo entre sermos agressivos e esportivos. Hoje é muito difícil aliar estas duas coisas, principalmente em competições. Nós sabemos que a competição é a maior vitrine de uma luta, mas também sabemos que o volume de pessoas que treinam pode ser grande, mas, quando a modalidade é por nocaute, a proporção de pessoas que treinam e lutam é muito reduzida. Com a divisão entre o Morganti Ju-Jitsu Esportivo e de Contato conseguimos atrair a todos os públicos.
Qual foi a emoção de ver o 1º GP Morganti de Contato obtendo grande sucesso em São Paulo, um dos grandes pólos de artes marciais no Brasil?
Foi fantástico! Esta competição não deveu pra nenhum evento internacional, desde o octógono (de tamanho UFC), até iluminação, announcer, ring girl... Foi muito profissional, em partes pela estrutura que o CEU Vila Rubi nos ofereceu. Quando eu trouxe a ideia para o Fábio Bonadie, diretor esportivo do CEU, ele abraçou e até hoje quer que esse evento esteja entre os maiores do Brasil. Fazemos dentro de um teatro em forma de concha, com som, luz e vídeo de primeiro mundo. Tudo com o apoio da prefeitura de São Paulo, que está apoiando o nosso esporte.
Vocês já estão partindo para a segunda edição do Grand Prix de Morganti de Contato, já que o sucesso do primeiro torneio foi grande. Como funciona esse GP?
Nós estamos indo devagar para crescermos. O primeiro GP teve o lançamento do Morganti de Contato, que é uma regra em que os atletas usam protetores, e lutam dois rounds de 3 minutos, porém eles lutam no primeiro round de quimono e no segundo sem. Nesta edição, estaremos lançando as lutas profissionais e de MMA.
Um problema que temos é que talvez vamos ser a maior liga de MMA do Brasil, por isso temos que ir devagar, pois o que lançamos aqui, em poucos meses teremos os circuitos de Pernambuco, Rio, Brasília, Goiânia, Bahia, Minas se iniciando, criando o maior ranking de atletas e de competições.
Os GPs são modelos muito atrativos para o público, principalmente o leigo, pois os atletas ainda não são famosos, e quando você coloca quatro atletas pra lutar em um dia, o público se identifica com um deles, passa a torcer por ele e começa a gerar ídolos dentro da modalidade.
Vocês também estão incluindo lutas de MMA nos eventos de vocês. Você não teme que a tradição trazida pelo Morganti de Contato acabe sendo ‘engolida’ pelo modelo de lutas das Mixed Martial Arts?
Eu não tenho esse medo, afinal o Morganti Ju-Jitsu é um estilo e não uma regra de competição e, pelo fato de lutarmos as três fases de luta, não temos dificuldade alguma no MMA. Inclusive hoje nosso slogan é “MJJ é a cara do MMA”. Diferente de outras modalidades, onde a competição é mais famosa que o estilo, nossos alunos estão acostumados em competir em qualquer regra, pois fundamentamos a modalidade pelo nível das aulas e não pela competição. Se o MMA se firmar, pra nós está ótimo, pois já existe mídia pra isso. O que queremos é exatamente o contrário: que os atletas de MMA passem a competir no Morganti de Contato como forma de preparação pra eventos de MMA, como acontece com modalidades como o Boxe e o Muay Thai
No Morganti de Contato vocês usam as três partes da luta: em pé, quedas e a luta no chão. Os atletas dessa modalidade podem usar golpes de qualquer modalidade ou só os golpes do tradicional MJJ?
Na verdade a regra do Morganti de Contato é muito semelhante ao MMA, já treinamos todos os golpes válidos. É necessário fazer uma explicação sobre as regras. Em 1992 nós já competíamos no Morganti de Contato e era exatamente como é hoje, porém sem protetores. O problema é que isto afastava os alunos, pois, como falei anteriormente, treinar a grande maioria treina, mas na hora de competir nessas regras, poucos atendem, então decidimos trocar as regras e criamos hoje o que chamamos de Morganti Ju-Jitsu Esportivo: sem soco no rosto, sem socos no chão, visando à massificação. E deu certo. Hoje temos tamanho e margem de manobra pra atingirmos os dois públicos e estamos trabalhando com as duas regras.
O número de adeptos da arte, criada e difundida por você, vem aumentando? Existe algum público em especial que tem procurado mais o MJJ?
Muito. É impressionante como o Morganti Ju-Jitsu vem se firmando. Hoje, nosso problema é falta de professores, pois a demanda é muito alta, somos procurados por todos os públicos e acho que esse é um dos nossos diferenciais: temos até portadores de deficiência treinando. Inclusive, no dia 7 de agosto faremos a primeira luta de MMA para portadores de deficiência no Brasil, e não sei se no mundo!
Com uma maior quantidade de competições que vocês vêm promovendo, você acha que isto facilita o crescimento e desenvolvimento do esporte, já que dá chance para os lutadores se manterem em ritmo de luta?
Já tínhamos muitas competições, mas errávamos por não divulgar, e o foco da mídia são as lutas por nocaute, e não tínhamos. Hoje, através da consultoria que fizemos com a TIKAI Marketing, através do Fábio Seiti, reformulamos toda nossa estrutura e dobramos de tamanho em um ano. As competições são a maior forma de divulgação.
Você acredita que os atletas que queiram migrar do MJJ para o MMA terão certa vantagem em relação aos atletas de outras modalidades específicas, já que o MJJ engloba as três partes da luta?
Acho que hoje não existe quem não treine tudo, a “vantagem” que um atleta de MJJ vai ter é na economia de tempo, pois ele vai treinar tudo em um lugar só. Assim, ele pode concentrar mais tempo na parte física ou outra preparação.
Isso tem acontecido bastante? O MJJ tem ‘perdido’ atletas para o também crescente MMA?
Já prevíamos que os melhores iriam querer lutar MMA e nos preparamos pra isso. Hoje temos uma estrutura invejável aqui em SP na sede mundial, com preparador físico, nutricionista, fisioterapeuta, pilates, octagon, e toda estrutura de sacos, aparadores etc. Assim mantemos nossos atletas treinando dentro do próprio MJJ, competindo pela nossa bandeira.
Como você vê a vinda do UFC, maior evento de MMA do mundo, para o Brasil? Que mudanças você acha que vão acontecer no cenário brasileiro de artes marciais?
Vai ser ótimo, vai trazer mais mídia e mais visibilidade, o problema é como vamos manter essa chama após a ida do UFC, assim como os países que sediam eventos olímpicos: cabe a eles terem a sabedoria de organizar o legado. O UFC vai durar um dia, a mídia poderá explorar isso antes do evento, mas o depois vai ficar para os eventos locais, que terão que se ajustar em termos de investimento para atender a expectativa do leigo, que viu o UFC e terá que assistir eventos locais.
Quais são os planos para o futuro?
Vamos continuar investindo no Morganti de Contato, fortalecendo a equipe de MMA. Em um ano, teremos a maior equipe de MMA do Brasil e a maior liga de MMA. Temos escala pra isso. Sem pressa, chegaremos ao topo dos grandes eventos e, quem sabe, do UFC, sempre respeitando as outras equipes, sem perdemos o aspecto marcial da modalidade. Temos escala, isso vai nos ajudar muito, afinal, esse investimento de 20 anos agora vai aparecer.
Nós abrimos agora um espaço para você mandar o seu recado para a galera...
Quero agradecer aqueles que fizeram essa nova fase do MJJ acontecer: nosso grande amigo Rogério Camões, a quem sempre nos consultamos; Mestre Distak, assim como a galera da XGym, que são nossa inspiração; nossa parceira Chris Paes, que nos auxilia a entender um pouco deste mercado ainda novo pra gente; os dono de campeonatos, Dedé Pederneiras no Shooto e Eraldo Paes no Rio FC, que acreditaram que nossos atletas entrassem nos eventos; a nossa equipe de MMA no Canadá, que nos representa lá desde 2004, em um mercado totalmente diferente do nosso aqui, e a todos os professores e alunos, que estão fazendo essa explosão do MJJ. Não percam: dia 7 de agosto nosso segundo GP de MJJ de Contato. Oss