Nas artes da espada japonesa, um dos aspectos mais discutidos e menos compreendidos pela maioria é o uso de duas espadas, ou Nito. Tão grande quanto a fama desta técnica é a polêmica que a rodeia. Grande parte da mística em torno do Nito, se deve à figura de Miyamoto Musashi, o mais famoso samurai de todos os tempos. Musashi venceu mais de 60 duelos em sua vida, nunca sendo derrotado. Musashi desenvolveu um estilo de Kenjutsu que ficou famoso por possuir técnicas com duas espadas, o Niten Ichi Ryu. Existem relatos quase míticos sobre os duelos em que Musashi utilizou duas espadas, sendo o mais famoso o duelo contra a academia Yoshioka, onde Musashi lutou sozinho contra quase 100 oponentes, matando seu lider e saindo vivo, matando os adversários que se punham em seu caminho. No final de sua vida, Musashi deixou toda sua estratégia como um legado para as futuras gerações na forma de um livro, o Go Rin No Sho. Editado com enorme sucesso na Europa e Américas durante os anos 80, este livro se tornou uma espécie de manual para executivos. Em pouco tempo Musashi chegou ao topo das listas de Best Sellers, e junto a ele, seus feitos extrardinários. No Kendo moderno, o uso das duas espadas é altamente polêmico. Embora fosse muito popular no início do Kendo, sobretudo no período que antecedeu a 2 Guerra Mundial, esta técnica foi abolida nos anos 60, visando a simplificação do ºKendo para popularização como esporte. O Nito Ryu, como é conhecido no Kendo, era visto como um estilo desleal por oferecer vantagem para quem o utilizava. "O Todo é superior à soma das partes" . Utilizando uma espada, 100% da energia fica concentrada nesta espada. Utilizando o Nito, a energia fica distribuída, porém, a sinergia, ou cooperação entre as duas espadas faz com que se supere o potencial de uma espada. Ambas espadas devem trabalhar em harmonia, buscando a abertura e mantendo a pressão.
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